domingo, 20 de dezembro de 2009

DE PASSAGEM POR BRUXELAS

o nosso destino mesmo era amsterdam, que sempre fomos apaixonados para conhecer; mas como não achamos vôo direto, demos uma passada por bruxelas, na bélgica. nossa estada lá foi bem rápida - uma noite e uma manhã na ida e uma tarde na volta - mas deu para ter uma pequena idéia de como é cidade.

a atmosfera é bem cosmopolita, e percebe-se que a cidade foi tomada por imigrantes, principalmente do oriente médio e da áfrica. tem um clima assim meio caótico, prédios suntuosos ao lado de construções mal conservadas, bêbados, lixo na rua e centenas de turistas. eu esperava o lugar mais limpo e organizado que eu já teria visto na vida, mas gostei daquela maluquice de cidade grande.

pontos turísticos
as aulinhas de francês antes de irmos deu pra quebrar um galho na hora de perguntar sobre os pontos turísticos, o problema era entender as respostas hehe. mas boa parte das pessoas que moram lá se viram muito bem só com o inglês.
como a viagem foi curta deu pra conhecer só alguns dos pontos turísticos:

manneken pis – virou o símbolo de bruxelas: uma estátua de uns 30 com de um rapazinho fazendo pipi..



gran place:


galerie du roi:




e os chocolates?


gente, os chocolates da bélgica são tuuudo! confesso que comi as trufas mais gostosas da minha vida hehe. pena que alegria de pobre dura pouco.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

MAIS UM OUTONO

e o meu anjo completou mais um outono.

e esse post é só para parabenizar esse ser especial que vai me fazer companhia pelo resto da vida.

ele enumera as coisas boas ou ruins da semana a partir da posição do santos na tabela do brasileirão: “o santos perdeu, o carro quebrou e acho que vou ficar resfriado”. quando o time da virada melhora, a semana promete: “o santos empatou e saiu do perigo do rebaixamento, o problema no carro era simples e a dor de garganta passou”. e eu penso comigo: viva o santos!

ele é um homenzarrão com jeito de menino. chora assistindo a coisas bonitas; coleciona filmes; é um pouquinho desastrado, mas tem boas intenções. tem muita saudade do pai oswaldão e da familia, que tá longe. se arrisca na cozinha e até me traz um café da manhã quando eu faço manha. gosta de dançar, cantar, escrever poesia e imitar voz de desenhos animados. quando crescer vai ser artista, tenho certeza. tem uma caixinha de defeitos, mas vem com o manual do lado e é facinho de contorná-los. ele tem um brilho no olhar e um sorriso lindo. é corajoso. é meio italiano, meio do mundo, e um brasileiro que não desiste nunca. é meu esposo, meu amigo, minha vida.

parabéns por mais um aninho de vida, meu chuchu.

quanto às velinhas no seu bolo, o millôr tem uma frase: "o homem tem a idade da mulher que está com ele" hehe.

tamo junto nessa agora, daqui pro final. é nóis!

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

CONTEMPLAR CONNEMARA

se tem uma coisa que vale a pena fazer aqui na irlanda é pegar o carro numa tarde ensolarada e ir curtir a paisagem, assim como quem não quer nada.


nós estamos morando agora no chamado “portal” de um dos pontos turísticos mais conhecidos da irlanda: connemara, uma penísula no oeste do país, cortada por rios e rodeada de paisagens dignas de filme.






(na nossa pequena ougtherard – entre galway e connemara)

o caminho de galway até connemara é tão gostoso quanto o lugar de destino. muitas ovelhinhas, montanhas, lagos, pequenas ilhas e uma vegetação que hora é verde, hora, seca.



antes de chegar em clifden (a principal cidade de connemara) passamos por killmore e visitamos o killmore castle. não sei muito sobre ele, mas o lugar é lindo!


(killmore castle)

no meio caminho tem o connemara national park, onde me disseram que foi gravada aquela cena do p.s i love you, em que o casal se encontra pela primeira vez. mas não pense que você vai encontrar um guerry tão facilmente, no máximo uma raposa ou um pônei passeando.

(meu guerry)


(bog road)

chegando em clifden o legal é subir a sky road, uma estrada bem estreitinha, que a gente vai subindo, subindo, até ter a sensação de tocar as nuvens. de lá só resta contemplar a paisagem... fazer o que né?




segunda-feira, 12 de outubro de 2009

“PEGANDO UM SOL” EM MADRID

o termômetro marcando 31° em madrid era algo que eu realmente estava precisando após cinco meses de frio e vento gelado na irlanda. e o melhor de tudo: calor humano, pois não era simplesmente um passeio pela espanha, era reencontrar a minha amiga deinha e companhia (e em grande estilo).


a viagem foi simplesmente maravilhosa. adorei madrid e posso dizer que moraria lá facinho facinho.

para quem tá morando aqui, existe muita facilidade para conhecer outros países da europa, (inclusive promoções de vôos bem baratinhos), então a gente começa a fazer a listinha dos países que quer conhecer, e confesso que a espanha não estava entre os três primeiros... ou pelo menos não madrid... pois a fama de barcelona e de outras cidades é bem maior, mas foi maravilhoso! me surpreendi e fiquei com vontade de voltar lá de novo para conhecer o que não deu tempo de explorar direito.

a cidade é linda. a cada esquina um monumento histórico de séculos e séculos, que vale a pena parar e ficar contemplando. muita arte. muito bom gosto. o povo, às vezes, nem tão receptivo como a gente espera, mas só por estar em um país latino você já se sente em casa.


deia e companhia

eu tenho várias amigas e com cada uma delas, uma história bem específica e uma relação especial. deinha, um ser meigo e sereno, foi testemunha muito próxima na minha história de amor hehe. e desde que eu a conheço – há mais de cinco anos – o sonho dela sempre foi conhecer madrid. fiquei felizona de poder curtir isso ao lado dela.

só gente boa o pai de déia e sua trupe. de madrid a jupi. vão continuar a viagem deles pelo nordeste brasileiro e parar lá no sertão do pernambuco.

comida boa e barata

acho que eu engordei um quilinho só nesse final de semana. como é gostosa a comida madrileña. nós descobrimos que quase todos os restaurantes oferecem um menu do dia que inclui: entrada, prato principal, sobremesa e vinho por volta de 10 euros. não bebemos nadica de coca...só vinho!

-museu do jamon

o museu do presunto, bem no centro da cidade, é um passeio delicioso. zilhões de variedades de queijos, salames, vinhos e, claro, presunto. mas tem que ser no come-em-pé lá na beirinha do balcão: sanduíche de presunto por €1,50.




arte
mas nem só de paelha e presunto foi a nossa viagem. visitamos o museu do prado, e foi emocionante ficar cara a cara com “las ninas” de velásquez.

eu bem que queria ser uma profunda entendedora de artes plásticas. mas só posso dizer que ver assim de pertinho o que durante a vida toda você viu apenas nos livros dá, no mínimo, um arrepio.

visitamos lugares marcantes pela opulência e magnitude, como o antigo palácio real e a catedral. (ai a gente se pega pensando no quanto foi explorado da américa latina durante o período colonial para ser construir tudo aquilo).


(palácio real)


real madrid

o programa do clube do bolinha foi conhecer o estádio do real madrid, o santiago-bernabéu. pra quem é louco apaixonado por futebol como é o mauro, foi um passeio único. e a sorte é que fomos justamente num dia de jogo e vimos o ônibus do real madrid na nossa frente, mas não, não deu pra ver o kaká.


(mauro feliz feito pinto no lixo no santiago-bernabeu)

a noite

madrid é conhecida pela sua noite muito badalada. e, realmente, não falta opção. as praças lotadas, clubes, bares, para todos os gostos. dança flamenca num canto da plaza de santana e até um tango argentino no “dia da argentina na espanha” no quiosque na plaza maior. o mercado de san miguel é um outro lugar bem assim “a nossa cara”.






toledo

a verdade é que quatro dias foi muito pouco para curtir o que a cidade tem pra oferecer. e de quebra ainda demos um pulinho até a cidade de toledo, uma mistura do ocidente com o oriente: igrejas barrocas, bairros judeus em meio a imensas ladeiras, aquedutos romanos, construções em pedra e arquitetura árabe. lindíssimo.


foi muito bom. vou ficar com saudades.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

YES and NO

os irlandeses tiveram que votar, no início dessa semana, no referendo a favor ou contra ao Tratado de Lisboa. esse tratado não é tão simples, é um livro de dois dedos de espessura cheio de cláusulas e cláusulas; mas em um resumo bem simplista o tratado é uma ratificação feita por todos os 27 estados membros da união européia, que objetiva delimitar a natureza objetivos e valores da ue.

o fato é que durante os últimos meses as campanhas yes! e no! estavam bem acirradas por aqui.
uma das coisas que despertou a minha atenção foi como a campanha do não foi tão emburrecedora e apelou para o medo (tal qual algumas campanhas políticas no brasil de alguns aninhos atrás).

segue aqui um pouquinho das duas campanhas: a do sim – que ganhou o referendo com 67,1% e a do não – que ainda alcançou seus 32.9 % dos votos.

CAMPANHA DO SIM


“vote sim para a irlanda trabalhar com a europa:
-um sim para confirmar o interesse expresso na último referendo;
-um sim demonstra que a irlanda vai trabalhar junto com a europa para resolver nossos problemas econômicos;
-um sim vai promover empregos e melhorar os serviços públicos;
-um sim vai conceder novos direitos aos cidadãos irlandeses em negociações com a europa;
-um sim irá ajudar a reforma burocrática da europa” .

CAMPANHA DO NÃO


“vote sim, seu irlandês estúpido!”




a verdade sobre o tratado: pare a máquina escavadora união européia” .



“seu trabalho está seguro? ... o tratado iria encorajar um maior desalojamento dos trabalhadores irlandeses e iria abaixar os salários de dezenas de milhares de irlandeses, muitos dos quais teriam de deixar o país”.




“você iria querer MUITO mais imigração?”


“você quer que a irlanda se torne uma província da união européia?
-mais uma vez todo mundo cantando isso: uma província mais uma vez, uma província mais uma vez, e a irlanda que já era uma nação... uma província mais uma vez” .


ah, vá plantar batata.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

DE VOLTA À VIDA VIRTUAL

(eu e minhas fotos pré-históricas...)



dois meses de férias da escola do intercâmbio e nunca foi tão intensa a minha vida na irlanda. andei retomando uns projetos antigos, deixando outros para trás, embarcando em novos desafios e projetando tantos outros para os próximos anos.

a possibilidade de concluir meu famigerado curso de letras me bateu a porta de maneira perturbadora, no melhor dos sentidos. talvez tenha vindo junto com um pouco de desânimo com a área de comunicação e toda a crise existencial de quem fez esse curso passa em algum momento da vida. mas a hipótese de dar continuidade pra valer a algo que gosto muito e que tenho redescoberto o prazer uns dois anos depois de ter trancado o curso, me deu um certo gás nesses últimos meses e tem alterado as minhas rotas futuras. tudo ainda estar por vir, mas ando com a cabecinha fervilhando de idéias e uma ansiedade incrível pra colocar os planos em prática.

as vezes ficar off por algum tempo faz bem... ler mais, curtir o verde, aproveitar bastante essa experiência cosmopolita de viver aqui ou mesmo ver a chuva cair pela janela. acho que eu estava precisando disso.

comecei a estudar numa outra escola temporariamente e passei a notar coisas simples e óbvias, mas que eu ainda não tinha tido oportunidade de vivenciar, como por exemplo: parece que nós brasileiros somos amigos de infância dos africanos. os latino-americanos são sempre os últimos a irem embora das festas... eu sempre acho que o senhor iraniano é meio triste... chineses, japoneses, tailandeses e coreanos são totalmente diferentes uns dos outros... e não ouse confundi-los. muita gente acha que brasileiro fala espanhol. e todo mundo tá muito mais preocupado com as coisas práticas do dia a dia do que a gramática da língua inglesa. no final das contas, poucas coisas nos faz diferentes... é todo mundo ser humano... tudo farinha em sacos separados.

andei fazendo alguns bicos por uma agência que trabalha com eventos, e isso também me deu um certa animada. conseguir entender esse inglês quase gaélico é um grande feito.

mudar para um cantinho só nosso me fez descobrir a dona de casa escondida dentro de mim. tenho verdadeira fascinação por comprar “tapaués” . e o lugar é lindo, rodeado de árvores e folhas secas no chão. juro que vai aparecer um leprechaun a qualquer momento.

e o mais legal dos últimos dias: nossa viagem a espanha para encontrar com déia...vai num próximo post. foi tuuuudo.

é isso. estou de volta por aqui.

domingo, 2 de agosto de 2009

DIA DAS LADIES

até o dia 13 de agosto a cidade de Galway está enlouquecida com o Galway Race Festivals, um evento anual de corrida de cavalos.




mas a grande sensação mesmo é o modelito que as mulheres escolhem para prestigiar o evento.



elas aguardam o ano todo para o dia de exibirem seus chapéus de pena de pavão.


e tem, é claro, o concurso da ladies mais chics.
essas aqui ganharam no ano passado. (reparem nesse chapeuzinho discreto: uma borboleta lilás pousando na folhinha amarela e uma outra sobrevoando a lady).


essas aí ganharam esse ano:


e o prêmio: 3.500 euros em compras mais compras. é a materialização da peruisse na irlanda.

(fotos do site oficial do evento)

domingo, 26 de julho de 2009

TEMPO DE REAPRENDER

se tem uma coisa que eu tenho aprendido com a experiência de morar aqui na irlanda é reaprender todos os dias.
- reaprender a atravessar a rua, já que aqui se dirige na mão contrária e o carro vem de onde não se espera...
- aprender a usar roupas de frio...
- aprender a me expressar com a metade do número de palavras que eu poderia usar em português...
- aprender a respeitar a cultura, as regras e a lógica deles...
- reaprender a limpar a casa (usando aspirador e sem jogar água para lavar o banheiro)...
- esquecer das palavras em português toda hora...
- aprender a não ter medo de ser assaltada no ponto de ônibus....
- aprender que a internet diminui muito a distância...
- aprender a conviver com a saudade dos que ficaram no brasil...
- aprender a conviver com a saudade dos que estão por aqui só de passagem...
- conhecer gente do japão, da alemanha e da polônia falando apenas inglês...
- perceber o quanto os brasileiros gostam de celular, dão gargalhadas altas e se abraçam como se não se vissem há anos...
- perceber que sazon, guaraná, coxinha, brigadeiro, babalu, caranguejo, farinha, café, creme de leite e nescau são coisas que um dia podem fazer falta...
- aprender a assistir a futebol pela tv sem o narrador gritar gooooooooool...
- notar o quanto nós somos nacionalistas e o quanto falamos bem do brasil...
- aprender que existe muita coisa massa no mundo e que elas não estão só nos livros de história...

- aprender que é normal alguém ser professor a noite e de dia trabalhar cortando presunto no supermercado...
- aprender que a vida é muito mais que pagar a hipoteca da casa e a prestação do carro...
- aprender que a vida é muito mais essência do que aparência...
- e aprender a não esquecer a capa de chuva.



terça-feira, 21 de julho de 2009

DE VOLTA AO COMEÇO

uma irlanda que eu ainda não conhecia. ilhas desérticas que o tempo preservou e que conseguiram se manter quase intactas, mesmo com a pressão estrangeira ao longo dos anos. são as impressionantes Ilhas Aran, consideradas um berço da cultura irlandesa.



as três ilhas, Inis Mór, Inis Meáin e Inis Oírr, ficam situadas na parte oeste da irlanda, a umas 9 milhas da costa. demora umas três horas para chegar lá, saindo da cidade de galway ( ônibus e ferryboat).

visitamos a maior das ilhas (Inis Mór). a vila de 800 habitantes é pitoresca e as paisagens são incríveis.



a população vive da pesca, da criação de gado e do turismo.
a língua falada ainda é o gaélico. e muitos jovens de outras partes do país vão para lá para aprenderem o idioma durante as férias escolares.




põe tempo nisso

estima-se que os primeiros povos a habitarem esse arquipélago chegaram lá por volta do ano 3.000 a.C. e esse pessoal construiu monumentos megalíticos que ainda existem até hoje, como é o caso do túmulo datado de 2.500 a.C. a segunda fase principal da ocupação das ilhas é a idade do bronze (cerca de 1500 aC a 500 a.C), seguida pela idade ferro e da chegada dos celtas.

(túmulo de 2.500 a.C.)



(artesão no caminho dos fortes)

(link sobre a cultura megalítica européia: tão véia que tem monumentos que precedem as pirâmides do egito)

os fortes

nas ilhas foram construídos gigantescos fortes feitos de pedra, que devem datar nos finais dos anos de bronze (1100 a.C) até a idade de ferro (300 a.C -500 d. C). nunca ficou clara a função dessas fortalezas. sugerem-se habitações e também para se realizar rituais.
nós visitamos o Dún Aengus, o maior forte das ilhas.



esse forte fica bem na margem desses cliffs. fascinante!



documentário
The Man of Aran é um documentário feito em 1934, por robert flaherty sobre a saga do homem das Ilhas Aran na luta pela sobrevivência, no “maior mar do mundo”. (tá no youtube)